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“Meninos se descobrem enquanto o
inverno derrete.
Florem competindo com o Sol.
Anos passam e eu continuo aqui
esperando.
Murchando onde algum
homem-das-neves estava.”
(WINTER- Tori Amos no álbum
Little Earthquaques)
Biscoito
recheado de chocolate branco. O Pequeno Príncipe. Jardineira jeans. Colégio
Militar. Matemática. Folhas envelhecidas com óleo. Ataques de asma à noite (mãe
e filha acordadas e o menino na rua se perguntando “Será que ela está bem?”).
Diários. Caneta com cheiro de pipoca. Caneta com tinta prateada. Amiga Leila. Uma
mecha de cabelos guardada a sete chaves (alguns perfumes não morrem). Anéis de
humor. Braceletes. Lágrimas no ombro do menino. Cartas coloridas.
U2.
Caminhos desconhecidos. Casa longe. Amigos desconhecidos. Sorriso igualzinho.
Desejos desconhecidos. Facebook. Intenções desconhecidas. Retorno aos velhos
cadernos. Verdades desconhecidas. Tarde demais pra fazer as coisas direito.
Destino desconhecido. Uma nova voz através de sonhos e prazeres apenas
imaginados. Amores desconhecidos.
Passado
e presente. A vida é um delicado castelo de cartas. Mexa em uma bruscamente e
vai tudo pelos ares. O que chega a suas mãos são mensagens de um não-lugar. Uma
pequena vingança para saborear lentamente. Como toda vingança, envenena as mãos
de quem a realiza. Mas esta não foi feita para machucar. Sim para dizer que o
coração endureceu. Mas só um pouco. O bastante para ferir-se com lembranças e
tornar-se mais forte com novos espinhos.
Os
homens reagem com coragem ao vento que sopra sobre os castelos. Os homens
resistem à vontade de possuir a Rainha. Homem, menino. As coisas já mudaram e a
coragem do homem é dizer com toda força o contrário do que se quer porque é
assim que tem que ser. E descobrir que isso foi o melhor a se fazer. Porque
toda escolha tem um sentido se foi você quem as fez.
Castelo
intacto. Sigamos em frente. Uma das cartas é a Rainha. Sem ela o que aconteceu
não teria acontecido. Sem ela o castelo iria abaixo da mesma forma. Sem ela o
que deve acontecer não iria acontecer. Sem ela o menino não se tornaria o Rei
que será. E nem sequer acreditaria nisso.
Enigmas.
Ainda amo caminhos tortuosos. Sou mestre em tecer labirintos. Eis o novo. As
paredes são segredos e o chão é uma verdade. Ainda quero o que está aqui
impresso. Meninos chamam meninas com palavras vesgas e os homens enxergam com
medo e reagem com coragem.
Destinos
desconhecidos. O destino é sempre um enigma.
2 comentários :
Perfeito.
Bravo!
lindo o texto, e acima de tudo, inspirador.
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