sexta-feira, 17 de junho de 2011

DIÁRIO DE FÉRIAS(DIA 08)- OS LIVROS QUE NOS MORDEM, QUE NOS ACORDAM

Finalmente derrotei o último chefão. O monstro maior. Passei na final de Idoso e garanti minhas disciplinas do sétimo semestre. Missão cumprida, mas essa foi por pouco e também uma grande lição.

No mesmo dia da prova, terça-feira, pra comemorar, fui assistir à exibição de “Esta Noite Encarnarei no teu Cadáver”, clássico do Zé do Caixão, que aconteceu no Sesc. Assistir mais de dois terços do filme sozinho na sala de vídeo escuríssima. Lembrei de quando fui assistir “Madrugada dos Mortos”. Na quarta aluguei uns dvd´s e ontem fui à terceira sessão da mostra do Romero no Vila das Artes. “Despertar dos Mortos”, que gostei mais de ver desta vez do que na primeira. Talvez por ter percebido a grande evolução técnica do Romero desde “Exército do Extermínio”.

Escolhi como meu primeiro livro de férias “O Fio da Navalha” de Somerset Maughan. A Sue já havia me emprestado, mas na época, apesar de ter lido uma parte, não estava com espírito pra pensar nas muitas questões que o livro propõe, como os valores da sociedade, o que é mais importante se dinheiro e relações sociais ou o crescimento espiritual, a busca pelo conhecimento, por relações verdadeiras com pessoas de verdade.. Hoje estou.

Edição que eu achei no sebo...

O livro praticamente caiu do céu em minhas mãos. Há algumas semanas essas questões estavam muito vivas em minha mente, e isto estava me enfraquecendo, pois além da Dra Kenobi não havia mais ninguém com quem eu pudesse conversar a respeito. E eu havia determinado que não compraria mais livro algum antes deter lido os que estão na minha estante há meses sem que eu tivesse tempo para eles. Mas um dia eu caminhava pelo Centro e deu a maior vontade de visitar os sebos que eu mais gosto. No que fica na Rua Pedro I, logo na entrada, vi “O Fio da Navalha” e me lembrei de que havia gostado do pouco que lera. Quando abri o livro, vi a frase: “Difícil como caminhar sobre o fio de uma afiada navalha, diz o sábio, este é o caminho da salvação”. E estava creditada a um indiano cujo nome infelizmente não me recordo e ainda não pude lembrar-me de pesquisar a respeito. Rendi-me imediatamente e senti que precisava finalmente lê-lo. Como não agüento pegar um livro só quando vou a sebos, comprei também um exemplar de “As Meninas” da Lígia Fagundes Telles e um de “Clarissa”, de Erico Veríssimo, que há tempos não leio. Mas isso foi antes das férias. Esta semana, com um pouco mais de tempo livre pude começar o Maughan e estou gostando muito. Levo=o para todo lugar que vou e leio em todas as ocasiões, pois cada palavra daquele livro fala direto ao meu coração.

Quando encontro um livro ou um autor que me conquistam dessa forma, lembro sempre de Kafka, ao afirmar que só devemos ler livros que nos piquem e mordam, que pulem da estante direto para nossas mãos e que nos acordem como um forte tapa no rosto.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

DIÁRIO DE FÉRIAS (DIA 04)- TÉDIO, QUADRINHOS E MUITO ESTUDO...

Domingo. Nany passou o dia no curso e eu sem a mínima vontade de arrumar a casa. Vim aqui na casa da mãe depois da Missa que toquei com a Renata, o Daniel e o Nicks. Olhei uma porção de bobagens na net e trabalhei um pouco na IDEIA. Depois do almoço voltei pra casa e li a revista VERTIGO que comprei na quinta. Gostei muito da série Vampiro Americano desenvolvida pelo Scott Snyder (por que todo Snyder se garante, hein?) e pelo desenhista brasileiro Rafael Albuquerque. Mas a vedete da revista, na minha opinião, é Hellblazer, não tem pra onde correr. O Constantine é o cara. Nessa história que eu li até o Monstro do Pântano dá as caras. Há quanto tempo que não leio na dele.

Constantine: pense num cabra safado


Depois de ir buscar a Nany no curso fui estudar um pouco pra Final de Idoso, que vai ser amanhã (é o tudo ou nada). Ela começou a assistir os dvd´s da Hilda Furacão que eu lhe dei de presente e fui no embalo. Emendamos tarde e noite assistindo. Depois da janta fui preparar as coisas pras aulas de hoje de manhã e findei a noite estudando mais um pouco.

Hoje fui dar as minhas aulas no colégio, paguei umas contas, estudei pra cacete, fiquei cansado de estudar, toquei violão (gravei duas musiquinhas bem bunitinhas que compus) e fui pra biblioteca estudar mais, pensar em como fui um imenso inútil em passar nas matérias mais difíceis e ficar naquela que eu acho a mais chata.

Tudo muito tedioso. E minha cabeça não tá funcionando bem por causa dessa prova. Tomara que passe logo esse pesadelo....

domingo, 12 de junho de 2011

DIÁRIO DE FÉRIAS (DIA 03)- X-MEN E MEUS VIZINHOS CHATOS OU Como eu queria ter o poder do Destrutor...

Terceiro dia de férias da facul. Mais más notícias. Na segunda não poderei trabalhar, pois preciso entregar as notas do pessoal da monitoria. Isso só reforça a decisão que eu já havia tomado.

Tive um outro rompante de raiva por causa dos meus vizinhos imbecis. Como imagino que minhas chamadas pelo facebook, Orkut e MSN não funcionam mesmo e poucos olhos lêem meus textos, me sinto na confortável liberdade de dizer que meus vizinhos são sim uma cambada de idiotas que não tem um pingo de empatia( vou logo me desculpando com todos os vizinhos chatos que não são idiotas para ninguém ficar com raiva achando que generalizei a coisa. É....hein?Deixa pra lá). Não vou falar sobre educação, pois quem chama os outros de idiota não pode cobrar educação de ninguém, mas é que é uma merda você trabalhar e estudar todos os dias, saindo de casa às vezes às cinco e meia da manhã pra chegar às nove e meia, dez da noite, cansado física, mental, espiritual, emocionalmente, tendo de elaborar e corrigir provas, fazer plano de aula e ainda ajudar minha esposa a cuidar da casa. Não estou reclamando, parece que estou, mas não estou, pois sei que de certa forma tudo isso tem um sentido, todo esse cansaço, pois faço a faculdade que eu gosto e gosto também do emprego que tenho (apesar de sempre reclamar dele) e sei que tenho frutos pra colher depois de todo esse trabalho.

Mas me sinto no direito de reclamar desses malditos retardados que só falam em futebol e que enchem a cara a semana toda, passam os dias nas calçadas monitorando a vida alheia e no final de semana que a gente tem pra acordar tarde, assistir os dvd´s guardados há tempos esperando serem vistos, ler os quadrinhos ainda no plástico por falta de tempo pra ler, assim como os livros também comprados há tempos. E você não tem silêncio mínimo pra se concentrar. Não dá nem pra ouvir seu próprio pensamento, quanto menos refletir sobre o pensamento que alguém escreveu. Meu descanso é completamente ligado à leitura. É assim que relaxo, que reflito sobre as coisas. Mas esse pessoal me tira do sério. Acho que nunca estive tão perto de cometer um assassinato quanto ontem. E eu falo muuuuito sério (droga, se alguém realmente ler isso, vai ter repercussão...). Cada um deles gosta de um ritmo diferente, e só aqueles que eu mais odeio. A vizinha do direita ouve axé nas alturas e ainda quer cantar com aquela voz incrível dela. Ela realmente tenta vencer a potência do som dela. Os da esquerda, autores da proeza que narrarei a seguir ouvem incessantemente o mesmo cd de brega do tipo cabaré por várias horas. Inclusive eles o estão ouvindo agora. Detalhe: eu não tenho computador e acesso a internet aqui da casa da minha mãe que fica na outra rua. Posso ouvi-los agorinha mesmo de onde estou, claramente. Quando não, meu vizinho, que sem dúvidas deve sofrer de algum distúrbio mental seríssimo que o faz ter vontade de gritar pelo time dele pelo meio da rua feito um esquizofrênico, ouve aqueles raps horríveis desse time, com direito a palavrão na letra, provocações à torcida adversária e o escambau a quatro. Foi aí que eu comecei a entender um pouco por que raio é que esss idiotas de torcida não podem se encontrar que rola fight. Paz nas arquibancadas, é? Vai sonhando...

E imagina só a situação: você precisa lavar a roupa branca da sua esposa que irá para o estágio no dia seguinte. Você não sabe lavar roupa direito e precisa de algumas horas para desenvolver esta atividade, digamos, bem inglória para leigos. Você sabe que tem um monte de coisas pra fazer naquele dia, um sábado ensolarado e promissor. Você acorda cedo e começa seu trabalho de lavadeira honorária e isso lhe custa muita dor nas costas, mas tudo bem, depois de quase três horas você conseguiu. Agora pode ir varrer a casa, passar o pano, estudar para a prova final e continuar a sua idéia de escrever seu nome na história da cultura pop no novo século.

De repente, não mais que de repente, após você ter lavado toda a bendita roupa branca, percebe um monte de fumaça vindo de dentro do seu quintal. Você acha que é um incêndio, mas sua fiação é boa, você não ligou o forno nem nada. Corre ao quintal com o coração já a sair pela boca e percebe que seus vizinhos estão dando um maravilhoso churrasco no quintal e a fumaça está vindo todinha para o seu, enfumaçando tudo, inclusive as roupinhas que você acabou de lavar.

Como não posso reclamar, pois sei que não há argumentos com gente barraqueira, daquelas que sai gritando nome feio no meio da rua e joga merda em sacos na sua porta, exerci o máximo do meu limitadíssimo autocontrole, tentando apenas me concentrar no fato de que, se eu cometesse uma enorme violência contra meus amados vizinhos minha esposa iria sofrer muito ao perceber que faltei ao nosso encontro de dia dos namorados no Benfica (X-men-First Class!) porque fora preso em flagrante.

Tentei respirar fundo, mas eu realmente tenho um problema de autocontrole, não estou brincando. Contra os vizinhos consegui não fazer nada, mas meu mecanismo de resposta emocional a situações como essas (que ultimamente têm apenas meus vizinhos como desencadeadores, graças a Dra Kenobi e muuuita meditação). Mas é muito difícil manter a calma. Não há inimigo pior do que a fúria. O Hulk que o diga...

Quando minha esposa Nany me ligou para nos encontrarmos no cinema do Benfica eu ainda estava na pilha. Fiquei bravo com ela, nem sei porque, mas fui sabendo que era o único jeito de evitar o pior. Ultimamente, mais do que em qualquer outra época de nosso relacionamento, tenho aprendido em buscar nela a fonte da minha calma e, graças a Deus, ela colabora e muito.


Destrutor: taí um poderzinho que ia ser massa...

Fomos ver o X-men- Primeira Classe que é extremamente fodástico. Não é a melhor adaptação de quadrinhos que eu vi, mas é uma dos melhores filmes de ação que eu vi. E o Magneto do Fessbender rouba a cena legal. Encontramos a Débora, que é não víamos a muito tempo mesmo e isso foi massa.

Quando chegamos em casa, ainda pude sentar e trabalhar um pouco mais na IDEIA.

E assim foi meu terceiro dia de férias. Prometo que não vou matar ninguém, é sério. Pelo menos não nas férias, porque senão vou perder a única época do ano em dá pra descansar. Agora eu brinquei.



sábado, 11 de junho de 2011

DIÁRIO DE FÉRIAS (DIAS 01 E 02)-MAIS ROMERO E OS CORLEONES

A coisa tá ficando preta. Tá chegando o dia da final de Saúde do Idoso. Estudo todo dia um pouquinho por dia, mas parece que longe da minha equipe não consigo fazer muita coisa.

Na quinta, dia 09 teve o segundo dia da Mostra do George Romero. O filme foi Exército do Extermínio, de 1973. O filme conta a história de habitantes de uma pequena cidade que tenta sobreviver ao plano de contenção do exército americano a uma epidemia de loucura causada por um vírus que se espalha pela região após a queda de um avião.

Esperava encontrar o Fábio Cabelo lá, mas nem ele nem D. Carlos foi. Na verdade, além do meu irmão, vieram praticamente todas as pessoas que compareceram na semana passada.

Ontem foi um dia muito corrido. Fui à Doutora Kenobi (como chamo minha psicóloga) e no caminho mesmo o povo começou a me torrar o saco com os lances da monitoria. Sem comentários sobre minha monitoria. Sei que ninguém lê mesmo isso aqui, mas quando é pra coisa dar merda, dá mesmo.

Fui comprar o presente do Dia dos Namoridos pra minha esposa. Um Box da série Hilda Furacão. Foi osso, pois tinha muita coisa pra fazer, mas valeu a pena, porque ela , que já tinha me dado o livro 1984, do George Orwell, de presente, me fez a incrível surpresa de comprar pra mim o Box do Poderoso Chefão. Bota incrível nisso.

Daniel, Renata e eu estamos trabalhando em algo importantíssimo para o destino da humanidade e a manutenção da vida na Terra. Claro que não posso falar nada ainda sobre isso, pois não sabemos se vai dar certo. Se o mundo não se acabar em breve é porque deu.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

DIÁRIO DE FÉRIAS (PRELÚDIO)- A NOITE DOS MORTOS-VIVOS

Achei que começaria as férias da faculdade logo e sem problemas. Mas recebi algumas notas e vi que é possível que eu fique de final em duas disciplinas. Não consigo imaginar situação mais estressante do que você estar às portas do único período do ano em que se pode realmente descansar um pouco, ler, ver filmes diferentes, fazer música, escrever e mesmo assim saber que quase toda a sua turma vai conseguir fazer isso e você não. Não chega a ser uma tragédia, mas é um pequeno desastre que tira mesmo você da base.

Eu estava planejando um diário de férias da facul (porque do trabalho eu praticamente não tiro férias mesmo), mas com essa meu ânimo e os planos esfriaram mesmo. É a primeira vez que fico de final na faculdade e devo dizer que, pela complexidade da matéria e minha mínima afinidade com o assunto, existem grandes chances de eu não conseguir passar, o que me aterroriza completamente, pois essa disciplina é pré-requisito para meu estágio supervisionado. Fico só pensando em como a coisa foi ficar assim. Muito trabalho, estágios puxados, o tempo precioso que perco parado no trânsito horrível desta merda de cidade. O que me fez ir tão mal logo no único momento em que eu não poderia mesmo falhar? Sei lá. Sempre me ensinaram a não jogar para os outros a culpa por seus erros, então é melhor procurar a falha aqui dentro e consertá-la bem rapidinho. Tenho um problema enorme em administrar o tempo por causa do violento conflito que existe entre as coisas que eu gosto de fazer e as coisas que eu preciso fazer. Não que eu deixe de estudar pra ficar vendo TV ou coisa do tipo. A verdade é que meu dia em período letivo é muito corrido e eu me canso facilmente. Tenho absoluta certeza de que minhas prioridades estão bem definidas, mas algo está muito errado não só comigo, mas como todo mundo tem levados suas vidas. É como se estivéssemos correndo e correndo buscar um conforto do qual não iremos desfrutar. Quer dizer, a gente estuda pra caralho, trabalha pra caralho pra poder, entre outras coisas, ter o direito de descansar e formar a si mesmo, crescer espiritualmente, amadurecer. Mas a maioria das pessoas tem tão puco tempo para contemplação que nunca se questiona se está realmente no mesmo caminho que escolheu pra si no início da caminhada ou se já se perdeu completamente na floresta do nosso cotidiano mecanicista.

Papo de paranóico intelectualóide já. De qualquer forma, vou ter de estudar para pelo menos uma final (o resultado de outra disciplina monstro sai amanhã). E me coloquei esta tarefa de manter um diário de “férias” pelos mesmos motivos que sempre o fiz nos meus cadernos. Para avaliar a mim mesmo e ao modo como penso a vida, mas também para entender o que representa um obstáculo para mim hoje e compará-los com os que eu terei no futuro, para saber se eu realmente cresci se os consegui transpor. A idéia original era registrar as coisas legais que planeja para as férias. Como abrir um novo blog com uma série de terror, um tumblr, fazer músicas novas e gravar no mp4 e levar à frente o grupo de pesquisa em Enfermagem com as meninas da equipe por exemplo. Mas acho que pelo menos nas próximas duas semanas terei de ficar bem quietinho estudando e tratando de não atrasar nada pro colégio para ver se consigo me livrar logo das possíveis finais e encerrar o semestre no colégio sem dever nota. Aí sim vou poder descansar. Tentarei manter a idéia do diário, mesmo sabendo que não poderei postar todos os dias.


Mas, mas apesar de minhas inúmeras obrigações, é claro que não poderei de maneira alguma perder um dia sequer da Mostra George Romero na Vila das Artes. É toda quinta-feira, às 18:30 com um filme do mestre dos zumbis e um debate. Na quinta passada tivemos o clássico absoluto do cinema de terror “A Noite dos Mortos-vivos” e foi incrível. Achei que viriam poucas pessoas, mas estava enganado. No debate percebi que tem gente que é ainda mais empolgada por filmes de terror do que eu! Amanhã teremos o filme “O Exército do Extermínio”, que é um filme do Romero que eu nuca assisti e que nem mesmo conhecia. Só fiquei sabendo de sua existência quando pensaram em fazer o remake e as notícias começaram a sair. Como é um filme difícil de se achar nas locadoras, não tem nem perigo de eu perder.

No mais, é só isso que está me dando mais um ânimo por estas férias por enquanto. Depois das más notícias nem me deu mais vontade de ir ver “X-men-Firt Class” no cinema...