domingo, 12 de junho de 2011

DIÁRIO DE FÉRIAS (DIA 03)- X-MEN E MEUS VIZINHOS CHATOS OU Como eu queria ter o poder do Destrutor...

Terceiro dia de férias da facul. Mais más notícias. Na segunda não poderei trabalhar, pois preciso entregar as notas do pessoal da monitoria. Isso só reforça a decisão que eu já havia tomado.

Tive um outro rompante de raiva por causa dos meus vizinhos imbecis. Como imagino que minhas chamadas pelo facebook, Orkut e MSN não funcionam mesmo e poucos olhos lêem meus textos, me sinto na confortável liberdade de dizer que meus vizinhos são sim uma cambada de idiotas que não tem um pingo de empatia( vou logo me desculpando com todos os vizinhos chatos que não são idiotas para ninguém ficar com raiva achando que generalizei a coisa. É....hein?Deixa pra lá). Não vou falar sobre educação, pois quem chama os outros de idiota não pode cobrar educação de ninguém, mas é que é uma merda você trabalhar e estudar todos os dias, saindo de casa às vezes às cinco e meia da manhã pra chegar às nove e meia, dez da noite, cansado física, mental, espiritual, emocionalmente, tendo de elaborar e corrigir provas, fazer plano de aula e ainda ajudar minha esposa a cuidar da casa. Não estou reclamando, parece que estou, mas não estou, pois sei que de certa forma tudo isso tem um sentido, todo esse cansaço, pois faço a faculdade que eu gosto e gosto também do emprego que tenho (apesar de sempre reclamar dele) e sei que tenho frutos pra colher depois de todo esse trabalho.

Mas me sinto no direito de reclamar desses malditos retardados que só falam em futebol e que enchem a cara a semana toda, passam os dias nas calçadas monitorando a vida alheia e no final de semana que a gente tem pra acordar tarde, assistir os dvd´s guardados há tempos esperando serem vistos, ler os quadrinhos ainda no plástico por falta de tempo pra ler, assim como os livros também comprados há tempos. E você não tem silêncio mínimo pra se concentrar. Não dá nem pra ouvir seu próprio pensamento, quanto menos refletir sobre o pensamento que alguém escreveu. Meu descanso é completamente ligado à leitura. É assim que relaxo, que reflito sobre as coisas. Mas esse pessoal me tira do sério. Acho que nunca estive tão perto de cometer um assassinato quanto ontem. E eu falo muuuuito sério (droga, se alguém realmente ler isso, vai ter repercussão...). Cada um deles gosta de um ritmo diferente, e só aqueles que eu mais odeio. A vizinha do direita ouve axé nas alturas e ainda quer cantar com aquela voz incrível dela. Ela realmente tenta vencer a potência do som dela. Os da esquerda, autores da proeza que narrarei a seguir ouvem incessantemente o mesmo cd de brega do tipo cabaré por várias horas. Inclusive eles o estão ouvindo agora. Detalhe: eu não tenho computador e acesso a internet aqui da casa da minha mãe que fica na outra rua. Posso ouvi-los agorinha mesmo de onde estou, claramente. Quando não, meu vizinho, que sem dúvidas deve sofrer de algum distúrbio mental seríssimo que o faz ter vontade de gritar pelo time dele pelo meio da rua feito um esquizofrênico, ouve aqueles raps horríveis desse time, com direito a palavrão na letra, provocações à torcida adversária e o escambau a quatro. Foi aí que eu comecei a entender um pouco por que raio é que esss idiotas de torcida não podem se encontrar que rola fight. Paz nas arquibancadas, é? Vai sonhando...

E imagina só a situação: você precisa lavar a roupa branca da sua esposa que irá para o estágio no dia seguinte. Você não sabe lavar roupa direito e precisa de algumas horas para desenvolver esta atividade, digamos, bem inglória para leigos. Você sabe que tem um monte de coisas pra fazer naquele dia, um sábado ensolarado e promissor. Você acorda cedo e começa seu trabalho de lavadeira honorária e isso lhe custa muita dor nas costas, mas tudo bem, depois de quase três horas você conseguiu. Agora pode ir varrer a casa, passar o pano, estudar para a prova final e continuar a sua idéia de escrever seu nome na história da cultura pop no novo século.

De repente, não mais que de repente, após você ter lavado toda a bendita roupa branca, percebe um monte de fumaça vindo de dentro do seu quintal. Você acha que é um incêndio, mas sua fiação é boa, você não ligou o forno nem nada. Corre ao quintal com o coração já a sair pela boca e percebe que seus vizinhos estão dando um maravilhoso churrasco no quintal e a fumaça está vindo todinha para o seu, enfumaçando tudo, inclusive as roupinhas que você acabou de lavar.

Como não posso reclamar, pois sei que não há argumentos com gente barraqueira, daquelas que sai gritando nome feio no meio da rua e joga merda em sacos na sua porta, exerci o máximo do meu limitadíssimo autocontrole, tentando apenas me concentrar no fato de que, se eu cometesse uma enorme violência contra meus amados vizinhos minha esposa iria sofrer muito ao perceber que faltei ao nosso encontro de dia dos namorados no Benfica (X-men-First Class!) porque fora preso em flagrante.

Tentei respirar fundo, mas eu realmente tenho um problema de autocontrole, não estou brincando. Contra os vizinhos consegui não fazer nada, mas meu mecanismo de resposta emocional a situações como essas (que ultimamente têm apenas meus vizinhos como desencadeadores, graças a Dra Kenobi e muuuita meditação). Mas é muito difícil manter a calma. Não há inimigo pior do que a fúria. O Hulk que o diga...

Quando minha esposa Nany me ligou para nos encontrarmos no cinema do Benfica eu ainda estava na pilha. Fiquei bravo com ela, nem sei porque, mas fui sabendo que era o único jeito de evitar o pior. Ultimamente, mais do que em qualquer outra época de nosso relacionamento, tenho aprendido em buscar nela a fonte da minha calma e, graças a Deus, ela colabora e muito.


Destrutor: taí um poderzinho que ia ser massa...

Fomos ver o X-men- Primeira Classe que é extremamente fodástico. Não é a melhor adaptação de quadrinhos que eu vi, mas é uma dos melhores filmes de ação que eu vi. E o Magneto do Fessbender rouba a cena legal. Encontramos a Débora, que é não víamos a muito tempo mesmo e isso foi massa.

Quando chegamos em casa, ainda pude sentar e trabalhar um pouco mais na IDEIA.

E assim foi meu terceiro dia de férias. Prometo que não vou matar ninguém, é sério. Pelo menos não nas férias, porque senão vou perder a única época do ano em dá pra descansar. Agora eu brinquei.



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