Lai-se vai,negada:
A REVOLUÇÃO QUEM FAZ É CADA UM
Um texto de Nehemias, O Farrista

"O Fantástico era fantástico quando eu tinha 11 anos de idade. Aí eu cresci e a idade mental também. O Fantástico é o ápice do superficial. Nada pode ser mais raso do que isso. Querem fazer um programa que atinge todo mundo. É a mesma coisa que uma pessoa, sem personalidade, que tenta agradar a todo mundo e nunca dá uma opinião incisiva."
"A educação nunca vai poder competir com o entretenimento. Não adianta sonhar que todo mundo vai querer ver TV Escola, Globo Ecologia o dia todo ou Canal Futura. Isso não vai acontecer. Mas a Globo faz questão de apodrecer ainda mais o cérebro das pessoas. Pessoas essas que não tem tempo pra nada por trabalharem muito, o dia todo. E aí, quando chegam em casa precisam se contentar com um mundo de ilusão, um padrão de comportamento inexistente, um modo de vida que não existe e que nunca vai existir, porque só existe atrás das câmeras. Esse padrão de comportamento inexistente é alvo de muita gente. E é ridículo. O "ter" passa por cima do "ser" e ninguém diz nada. A mentalidade ocidental ajuda muito a estragar também. Mas os grandes como a Globo não esboçam qualquer tentativa de dizer algo que transforme mesmo a vida de alguém. Não existe revolução nenhuma. O que existe são pessoas, domingo a tarde, assistindo o Faustão entrevistar personagens das novelas deles mesmos, em uma propaganda institucional que vai além da cara-de-pau de qualquer mau caráter.
Pregam a cultura do medo em seus jornais, para que todo mundo fique acuado e sem ânimo para fazer alguma revolução. Afinal de contas, não vale a pena o esforço porque "a violência está muito grande", "a economia está em crise", "a Palestina e Israel estão em guerra", "várias pessoas morreram em acidente de carro nesse fim de semana", "tiroteiro na favela entre policiais e traficantes", "cuidado com o que você come na rua", "cuidado com a Gripe Suína", "cuidado com Gripe Aviária", "cuidado com os tubarões", "cuidado com os PittBulls", "terremoto mata 100 mil", "tsunami mata 260 mil", "sequestro", "assassinato", "cuidado com o novo golpe", "cuidado", "cuidado". E com todo esse cuidado, todo mundo já passou do cuidado para a paranóia coletiva. Acabou. As manchetes dos jornais são sempre essas. Deixe de assistir durante uma semana e comece a se desprender do medo que quer te dominar e impedir que um dia você fale o que pensa sobre tudo.
Em um mundo individualista, agora a revolução e a transformação também é individual. Pelo menos, o início."