Esses brinquedos ficam vivos à noite...e às vezes dão medo no Papai...¬¬ |
Quando
ela derruba os bloquinhos empilhados em seu tapete de EVA, é como o Godzila
demolindo prédios. Grita quase como ele. Ainda bem que não solta raios!
Amo
nela tudo o que os pais geralmente detestam nos filhos. Ela bagunça, suja,
quebra. E tudo isso é o máximo. Cada sílaba e a obstinada missão de tornar-se
cada vez mais independente de minhas mãos para ir embora. Cada vez mais longe,
mas nunca longe demais.
Essa
é a minha Gigi. O homem vai à loja e compra brinquedos caros. Ele os entrega e
a menina só quer brincar com as caixas!
Eu
posso conduzi-la. Posso deixar coisas boas. Posso prepara-la para um ou dois
passos em falso no terreno que ela explora. Mas há uma condição. As coisas que
a fascinam precisam fascinar primeiro a mim. “Não há concessões, Papai.
Mostre-me que vale a pena brincar com isso”. Então eu sento e brinco. Brinco
muito. Canto todas as músicas que sei, rolo no chão. Desafio os limites
corporais que meus trinta anos sedentários impõem. Pulo, danço, deixo-me hipnotizar
pelas luzes e sons, os “plim-plim-plim´s” e “toin-oin-oin´s”, as pelúcias.
Não
demora mesmo. Quando dou por mim, estou me divertindo.
Se
Chaplin estava certo quando disse que um dia sem sorriso é um dia perdido (e
não duvido nadica...), ter filhos salva os dias que virão e ainda salda os dias
perdidos do passado.
Mas
não se engane. Esse feitiço só funciona se você cumprir a condição. Do alto de
seus sábios nove meses, Gigi determina que só levará consigo o que trago
comigo. E isso me obriga a ser o melhor possível. Jogar fora o que há de ruim.
E aí você percebe o tanto dessas tralhas que você vinha carregando até então.
“Jogue
tudo! Voe mais leve e irá mais alto!”. E a danada só precisa de baba, um abraço
e uns sorrisinhos pra me lembrar do que um adulto tapado insiste em esquecer o
tempo todo: ser feliz é muito, muito, muito simples.
E é
por isso que preciso dizer o que tenho a dizer na língua dela: “Dididi
bduadjaaaa, tjem!” (Tradução: Te amo demais, minha pequetucha!”)
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